terça-feira, 18 de outubro de 2011

Bancários voltam hoje ao trabalho

Depois de 21 dias de greve, os bancários do Rio Grande do Norte voltam ao trabalho hoje, segundo decisão tomada em assembleia-geral realizada ontem à noite. Apesar dos discursos criticando os banqueiros, a categoria aceitou a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) de reajuste salarial de 9%, valorização do piso salarial e melhorias na Participação nos Lucros e Resultados (PLR). A greve foi encerrada nos bancos privados, Caixa Econômica e Banco do Brasil, mas permanece no Banco do Nordeste.

    Aldair Dantas

Bancários de Natal decidem aprovar, em assembleia-geral, proposta dos patrões e bancos reabrem hoje seguindo o horário de verão

No BNB, a categoria considerou a proposta da presidência "ridícula" e muito mais abaixo das expectativas do que foi oferecido aos outros bancos oficiais. Em Mossoró, o presidente do Sindicato dos Bancários, José de Anchieta Medeiros, disse que a categoria acatava a proposta, porque a orientação do comando de greve "era de que não havia mais como avançar com a paralisação". Medeiros disse que a categoria "arriava e guardava as bandeiras de luta", para usar no ano que vem, que por se tratar de um ano eleitoral, pode ser mais propício à luta sindical.

O diretor do Sindicato dos Bancários do Rio Grande do Norte, Juvêncio Hemetério, confirmou que os bancários voltam ao trabalho, com as agências abrindo as suas portas para o público externo a partir das 9 horas, em virtude do horário de verão.

A proposta varia de banco a banco, mas em resumo prevê reajuste de 9% sobre os salários e de 12% sobre o piso da categoria, válido a partir de 1º de setembro. O valor do piso sobe de R$ 1.250 para R$ 1.400. Os bancários também vão receber 2,2 salários por ano, a título de Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Pelo acordo, a categoria obteve aumento real de 1,5%. O piso da categoria teve crescimento real de 4,3%. Os bancários irão repor os dias parados até 15 de dezembro, sem a necessidade de desconto dos dias de greve.

A proposta dos bancos também contempla a reivindicação do sindicato de que os bancários não façam mais o transporte de valores, como dinheiro em espécie. Foi acordado ainda a proibição da divulgação pelos bancos de ranking sobre o desempenho individual de bancários, medida que, segundo o sindicato, provoca constrangimentos no local de trabalho.

O acordo negociado na última sexta-feira entre patrões e empregados estabelece ainda uma regra de aviso prévio proporcional maior do que o determina a nova legislação. Para até cinco anos de trabalho, serão pagos 60 dias de aviso prévio; de 5 a 10 anos, 75 dias; de 10 a 20 anos; 90 dias; e mais de 20 anos, 120 dias. Pela nova legislação, serão pagos 3 dias adicionais a cada ano trabalhado.

A volta ao trabalho foi aprovada pelos sindicatos mais representativos do País, entre eles São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador e Campinas. "A aprovação do acordo coroa mais uma campanha vitoriosa dos bancários", afirmou Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
*Tribuna do Norte


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