segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
Carnaval é sinônimo de curtição, paquera, paixão. Mas encontramos casais que se apaixonaram na festa e estão juntos até hoje.
Amor de carnaval é vaporoso. Ele tem dia e hora para começar e acabar. Quando Thayane conheceu Fábio, talvez tenha pensado assim. Ela só tinha 12 anos, três a menos que ele que, embora mais velho, talvez fosse ainda mais menino. Não era para acontecer nada, até porque ela não gostou do jeito dele, mas, como em época de momo o destino não tem mira certa, eles acabaram "ficando" e nunca mais perderam um carnaval.
A história desses dois começa em janeiro de 1997, quando uma tia a levou para ver passando o Fest Verão, que na época representava o carnaval de Mossoró. Lá, foram apresentados, mas como Fábio era "muito menino" ela não se interessou. Contudo, acabou ficando com ele. Foi um namoro de carnaval. Mas o que deveria ser abrupto, vaporoso e efêmero, ficou marcado para sempre.
A história desses dois começa em janeiro de 1997, quando uma tia a levou para ver passando o Fest Verão, que na época representava o carnaval de Mossoró. Lá, foram apresentados, mas como Fábio era "muito menino" ela não se interessou. Contudo, acabou ficando com ele. Foi um namoro de carnaval. Mas o que deveria ser abrupto, vaporoso e efêmero, ficou marcado para sempre.
Dessa festa, eles desapareceram um do outro. Até que, quatro anos depois, por acaso, uma amiga de Thayane disse ter ido a Caraúbas e lá conhecido uns rapazes de Natal. Pelos nomes, Thayane matou a charada e pegou o telefone da casa de um tio de Fábio. Ela sabia que, embora estivesse em Natal, sua família era do Oeste. Por coincidência ou força do destino, quando ela ligou, foi ele quem atendeu e foi como se o carnaval de 1997 tivesse recomeçado. Quinze dias depois, eles se encontraram em Mossoró como dois namorados. O tempo era curto, mas deu tempo de marcar o próximo encontro: no carnaval de 2001.
Porém, como nessa época ele ainda estudava em Natal, depois do carnaval eles se afastaram novamente. Mas dessa vez, trocaram telefones e se falavam uma vez por semana, no domingo, quando a tarifa era mais barata. O próximo encontro aconteceu em 2002, no veraneio em Tibau. Como sempre, nada muito demorado, só o tempo de matar um pedacinho da saudade e marcar o próximo carnaval.
No ano seguinte, a única mudança é que, ao invés de ele vir à Mossoró, Thayane foi a Natal se inscrever para o vestibular e lá encontrou Fábio para marcar o carnaval. Dessa vez, o plano era passar juntos todos os dias do carnaval de Apodi, mas na data, novamente o cupido de momo errou o alvo. Uma tia de Fábio caiu doente e foi parar na UTI acabando com os planos da folia. Mas, como o carnaval era apenas uma desculpa para ficarem grudados, ficaram juntos na UTI e, foi lá, nesse momento de angústia que os dois tiveram a oportunidade de se conhecer de verdade e assumir, definitivamente, um namoro. E para completar a felicidade, a tia de Fábio se recuperou da doença.
Desde então, Fábio e Thayane não pararam mais de se ver. Ele se formou em fisioterapia e mudou-se para Mossoró, onde também leciona numa universidade particular. Ela se tornou funcionária pública, fez Letras e se especializou em psicopedagogia. Depois de outras sete festas, no carnaval de 2010, em Caraúbas, decidiram, ali mesmo na folia que se casariam, o que aconteceu três meses depois. No dia 28 de maio de 2010, Fábio e Thayane trocaram os abadás por um smoking e um vestido de noiva e entraram na igreja de São Manoel para a maior festa de suas vidas.
Claro que não poderia faltar a trapalhada do espírito do carnaval. Na pressa do dia-dia, ele se esqueceu de pegar a certidão de nascimento em Caraúbas e, ao contrário dos outros casamentos, Fábio e Thayane se casaram primeiro na igreja para depois se casarem no cartório.
Neste ano, a festa é especial. Eles estão de partida para Caicó, onde devem comemorar o 15° carnaval do resto de suas vidas.
Um carnaval de 50 anos
Jeová Liberato da Silva e Francinete Jácome eram da mesma cidade, mas não se conheciam, embora na Campo Grande (antiga Augusto Severo) da década de 1963, todo mundo tivesse um pouco de parentesco. Ela tinha 19 anos, estava noiva de um marinheiro e estudava em Natal. Ele, com 16, havia abandonado os estudos e comprado um caminhão para trabalhar viajando país a fora. Não era noivo oficializado, mas tinha um "namoro velho" que deveria pender para esse rumo, se não fosse o carnaval.
Em fevereiro de 1963, deixa que Jeová resolve ir a festa carnavalesca do clube do colégio e lá encontra Francinete. Não deu outra. Inventaram uma dança que durou a noite inteira. De manhã, mais do que namorados, Jeová e Francinete tinham assumido o que se chamava, na época, de "contrato de risco". Tinham ficado noivos.
Ela já tinha voltado para morar na casa dos pais e ele decidido abandonar a antiga namorada. Resultado: casaram-se em 15 dias. Desde então, os dois viveram uma grande odisséia: depois de casados vieram morar em Mossoró. Daqui, se mudaram para Natal e de lá foram para o Rio de Janeiro onde ele conseguiu um emprego na Linotipo do Brasil, empresa de concepção gráfica. Ganhou um curso técnico na área e acabou sendo chamado para trabalhar no jornal O Globo, onde ficou por 13 anos chegando a ser chefe de reportagem por dois meses.
Durante esse tempo em que ficaram viajando, tiveram seis filhos. Em 1988, decidiram voltar para o Nordeste e fixaram residência no município de Assú, onde, desde então, mantêm um jornal. Neste ano, dependendo da disposição do casal, ele com 71 anos e ela com 74, Jeová e Francinete vão comemorar 49 anos juntos desde o primeiro carnaval.
Nadja e Jorge
A história de Naja Cristina Pontes e Jorge Luis de Queiroz começa em 2003, no carnaval de Alexandria, lá na tromba do elefante. Eles já se conheciam de vista, embora também tivessem uma proximidade familiar. Mas, durante a festa, as turmas dos dois se esbarraram. Larisa Cibele, irmã de Jorge e amiga de Nadja, por pouco não põe o negócio a perder. Deixa que ela estava tentando "ajeitar" a amiga para um amigo do irmão.
A sorte é que o cara entornou demais e cedo ficou às quedas. Na primeira oportunidade, Jorge, que não era besta, agarrou no braço de Nadja e a levou para a folia e, num descuido proposital dela, tascou-lhe um beijo daqueles que brilham e faz sumir o som. "Eu lembro desse beijo como se fosse hoje, eu lembro de tudo: da praça, da folia", lembra Nadja.
O amor estava plantado, mas, depois do carnaval o espírito momesco esqueceu o compromisso e eles acabaram se afastando por dois anos. Porém, em 2005, Jorge passou no vestibular para agronomia da Universidade Federal Rural de Semi-Árido (UFERSA) e, num descuido, topou com Nadja que já estava no curso havia um ano e meio. Desde então eles nunca mais perderam um carnaval.
Catarina e Delevo
Catarina e Delevo saíram correndo pela multidão até que ele a beijou. Foi assim que começou a história de carnaval de Catarina Paiva e Delevo Melo. Eles se conheciam de outras circunstâncias. Ele era casado e ela noiva. Mas no dia 4 de março de 2011, os dois partiram para o que seria o primeiro carnaval solteiro de suas novas vidas. Ele separado e ela solteiríssima só queriam curtir a festa, mas aí o destino interveio com um tiro enviesado.
Catarina tentava não dá bola, mas Delevo começou a ficar com ciúmes de vê-la dançando. Foi a deixa para ela dar a mão para ele e saírem correndo em busca daquele beijo do começo. A partir daí, passaram o carnaval grudados, tanto que no último dia da festa resolveram assumir o risco e anunciar o noivado. Hoje, moram em Mossoró, mas nesta semana voltam a Apodi para mais um carnaval do resto de suas vidas.
Fonte : Jornal de fato
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Fonte : Blog - Franskin Leite
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